"Não há, não, duas folhas iguais em toda a criação."
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS, CICLOS DE VIDA E BIODIVERSIDADE
O planeta Terra é ocupado por uma enorme diversidade de seres vivos, conhecidos e ainda desconhecidos, por isso deve ser tratado e preservado para que os diferentes ecossistemas consigam coexistir, assegurando-se a sobrevivência e reprodução das diversas espécies que dele fazem parte, facto que não se tem vindo a observar em parte alguma do Globo. Sem a Biodiversidade não sobreviveremos e, quanto mais elevada ela for, maior é a probabilidade da sobrevivência da nossa espécie.
No sentido de compreender o que se anda a fazer e o que cada um de nós pode fazer, no âmbito deste problema, alunos do 11º ano da Escola Secundária D. Maria II, do Agrupamento de Escolas D. Maria II de Braga, no âmbito de um Projeto dinamizado pela Biblioteca da Escola, “Não há, não, duas folhas iguais em toda a criação”, na disciplina de Biologia e Geologia, realizaram um trabalho de pesquisa de informação sobre os diferentes impactos das Alterações Climáticas, causadas pelo ser humano, nos Ciclos de Vida dos seres vivos e na Biodiversidade, e refletiram sobre a forma como podem ser revertidos ou reduzidos para que seja possível ocorrer a continuidade das diferentes espécies que ainda subsistem.
De entre as várias pesquisas realizadas, destacaram-se as que se relacionaram com o problema da diminuição das tartarugas marinhas. Com elas verificaram que estes seres vivos têm sido cruciais para o Equilíbrio dos Ecossistemas Marinhos dos diferentes oceanos, mas neste momento, em virtude das alterações climáticas, causadas em grande parte pela atividade humana, têm sofrido uma drástica redução nas suas populações podendo mesmo vir a correr o risco de extinção. Estas alterações têm causado a feminização das suas populações, inviabilização dos seus ovos, destruição dos seus ninhos bem como destruição e redução dos seus locais de desova, o que tem originado interrupção no seu ciclo de vida e como consequência o desequilíbrio dos Ecossistemas Marinhos. Como sabemos, é a Biodiversidade que sustenta a vida, e, se assim for, será esperado que possa ocorrer a sua adaptação a estas mudanças climáticas o que poderá passar por se reproduzirem em épocas do ano em que as temperaturas são mais baixas ou por construírem os ninhos em locais mais frios. Por outro lado, estão já em curso Projetos de Investigação Científica e Educação Ambiental e, Projetos de Sensibilização das Populações com o objetivo de contribuir para a sua Conservação. É o caso do Projeto TAMAR (no Brasil) e do Programa Tatô (em São Tomé e Príncipe e na Guiné Bissau), que visam proteger as tartarugas e os seus ovos da caça ilegal e dos perigos da pesca, evitar a destruição e perturbação dos locais de desova e aprofundar o seu conhecimento, sua distribuição e comportamento. Estes alunos propõem ainda, como mais um contributo para a conservação da sua Biodiversidade, a procura de respostas para as seguintes questões: quantos machos reprodutores serão necessários para assegurar a sua continuidade? Que outras possibilidades poderão evitar a sua diminuição ou mesmo extinção?
Como Considerações Finais da pesquisa realizada estes alunos sublinharam que a perda de biodiversidade se deve principalmente aos seres humanos, uma vez que são os causadores da poluição, e desflorestação, fatores determinantes do Aquecimento Global que está a ocorrer no nosso Planeta e que está a ter consequências muito graves, não só no ciclo de vida das tartarugas, mas também no de muitos outros seres vivos, causando o desequilíbrio dos seus diferentes ecossistemas. Destacaram a necessidade dos líderes mundiais governamentais tomarem urgentemente medidas que contrariem o aumento da emissão de gases com efeito estufa, mas, e sobretudo, o facto de caber a cada um de nós fazer algo para que isso aconteça pois impõe-se lembrarmos as gerações futuras enquanto houver possibilidade da situação ser revertida.
Todos nós seres vivos fazemos parte de uma mesma Natureza e a vida dos outros seres vivos não deve ser colocada num patamar inferior ao da nossa.